No Mani, a chef apresenta seu manifesto culinário mais ousado: um menu degustação que transforma jabuticaba, carapau e bottarga artesanal em poesia contemporânea. A chef, conhecida por seu trabalho no MasterChef, desconstrói clichês tropicais com técnica impecável - como na pamonha reinventada com ova de tainha curada por semanas em cachaça local.  

A jornada de dez atos começa com um diálogo entre champanhe rosé e combinações inesperadas, preparando o terreno para pratos que equilibram tradição e vanguarda. O lagostim com fitas de chuchu e a beterraba chamuscada com ponzu de limão-cravo demonstram como o Maní extrai o máximo de cada ingrediente sem perder a essência brasileira.  

O único momento carnívoro revela um wagyu de textura sedosa acompanhado por feijão-fradinho e berinjela defumada - prova de que sofisticação não depende de excessos. Já as sobremesas surpreendem: o babá ao rum ganha apresentação escultórica, enquanto o clássico cartola pernambucano é reinterpretado com precisão cirúrgica.  

Com investimento de R$ 680 por pessoa (acrescentando R$ 480 para harmonização de vinhos selecionados), a experiência justifica cada centavo pela pesquisa de sabores e técnicas empregadas. Como explica o chef Willem Vandeven: "Nossa simplicidade aparente esconde processos que podem levar semanas - como a bottarga que transforma um simples prato de milho em epifania gustativa".  

Maní - R. Joaquim Antunes, 210  

Reservas: (11) 97473-8994 | Terça a domingo